segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Será que é pedir muito?

[Para ler ouvindo "Outros Sonhos" de Chico Buarque]

Meu sonho era que coca, cigarros e café não escurecessem os dentes. Era ter vivido o amor livre dos anos 70. Era que a noite tivesse um maior numero de horas que o dia. Que a distância e o tempo fossem calculados de acordo com a nossa vontade. Que não existisse indecisão, que pudéssemos ter sempre a certeza. Que não importasse a quantidade de bebidas alcoólicas consumidas, já que no outro dia sempre acordaríamos bem dispostos e felizes. Que o calor não fosse tão intenso, que o clima fosse ameno, pra que o suor fosse escasso. Que aquele lance de pé de dinheiro fosse verdade. Que Noel Rosa e Vinicius de Moraes não tivessem morrido e nem os Mutantes e os Doces Bárbaros se separado.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Você é o mesmo?

Você ainda presta mais atenção no toque do que na letra das musicas? Gosta de bossa nova e de ‘Los hermanos’? Assiste desenho de madrugada e filme aos domingos? Ainda prefere a minha companhia à da Britney Spears? Fica extremamente bêbado quando resolve tomar vinho? Usa o mesmo perfume? Vai aos mesmos bares? Mora na mesma rua? Tem o mesmo carro? Os mesmo amigos? Amores? Comprou um vídeo game? Ainda odeia cigarros? Adora cervejas? Continua confuso e idiota? Engraçado? Ainda não sabe jogar imagem e ação direito? E nem viver sem comer carne? Sempre reclama que engordou? Tem a letra feia? Usa barba? Trabalha no sábado a noite? Acha sexy ver duas mulheres se beijando? Gosta de achar explicações pra tudo que acontece dentro e ao redor de você?
Você ainda lê o que eu escrevo, ou as minhas perguntas vão passar em branco pra você?

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

A hora certa

Eu disse ‘tchau’ e chorei um dia inteiro por não querer ir embora. Passaram-se 3 dias, voltei, e fiquei feliz por saber que você ainda estava lá.
Então ficamos, olhando alem dos cílios grandes, sem pressa, vendo o tempo passar com os copos cheios e os cigarros acessos. Acostumamos. A ausência agora incomodava: ‘onde esta você que não esta aqui?’. E chegou a hora certa, a hora de ir de volta pra casa, porque não é para ser pra sempre e mesmo que fosse “o pra sempre, sempre acaba...’. Ao chegar em casa, olhou pra dentro, viu o tempo passar, tomou remédio pra ansiedade, encheu mais o copo, acendeu mais cigarros, sem eu, sem ela, sozinho –sempre[?]–.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Visualizar meu perfil completo

Não tenho mais 18 anos, se passaram 2 e os 20 chegaram. Eu não sei se mudei, mas me mudei, agora moro 218km longe da vida de antes. Estudo Ciências Sociais, mas dizem que o curso começa de verdade a partir do 3° período e eu ainda estou no 2°. Então não tenho muita certeza do que é e se é o que eu quero, mas continuo e a incerteza não me abandonou. Continua comigo também a desorganização, a preguiça e a mania de discutir por todos os motivos. E eu que odiava sentir saudades tive que aprender a conviver com ela, porque é algo constante nessa vida “nova”.
De lá pra cá muita coisa aconteceu: tirei carteira de motorista, comprei 3 peixes, fiz um cursinho de culinária, e quase mudei Sociais pra Gastronomia, voltei a comer carne, não uso mais o perfume de algodão doce, descobri que tenho rinite, meu cabelo cresceu 5cm, passei a gostar de futebol, a minha avó virou estrela[...]. Os acontecimentos não seguiram essa ordem e nem foram só esses, depois que eu comecei a citar que fui pensar o quanto seria impossível descrever simplificando o que eu fiz em 2 anos de vida. Sei apenas que as pessoas acabam indo embora, e que eu, um dia, também vou, então vamos brincar de ‘o amanha não existe’ porque um dia a gente acaba acertando...

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Um novo início

O primeiro texto que eu postei nesse blog era, basicamente, um resumo da noite anterior. Como o titulo do blog era (e continua sendo): “Para não passar em branco”, eu achei –naquele momento- que todas aquelas palavras mereciam ser escritas. Mas alguém que lia os meus textos disse: “Gostei, mas achei o assunto irrelevante.”.
Fiquei muito tempo sem escrever aqui, e sempre que pensava em postar algo lembrava desse comentário. Pois bem, a paranóia passou, e se eu considero importante hoje, já basta.
Então porque não falar de amor? Mais especificadamente do "Amor líquido"*, esse é o nome de um livro, que eu não li -ainda-; mas ontem assisti a uma palestra comentando-o.
A discussão girou em torno da banalização do amor, na nova forma de sociabilidade que agora se baseia em uma conexão virtual, ou seja: existem diversas ferramentas (celular, internet...) para aproximar os indivíduos. Mas as relações criadas por esses aparatos tecnológicos são banais e sem laços sólidos. Um exemplo disso é o quanto é mais fácil dizer "eu te amo" pelo msn, como também parecer bonita e feliz nas fotos do orkut, mas nem sempre isso condiz com a realidade.
Um dia desses, estava conversando com um amigo e ele dizia que a internet é um mundo paralelo que tenta controlar o mundo real. O google escolhe o que nós devemos saber sobre determinado assunto, colocando nas primeiras páginas. E o orkut é feito de personagens imaginários, onde cada um faz uma "auto promoção" do que queria ser. Eu concordo com ele e também com o Bauman, porque o amor é mesmo líquido, e nesse calor evapora fácil fácil...



[*Amor Líquido
Sobre a fragilidade dos laços humanos
Zygmunt Bauman]